quarta-feira, 12 de agosto de 2009

História dos Factores de Transferência

Em 1949, encarregue de investigar uma cura para a Tuberculose, o Dr. H. Sherwood Lawrence descobriu que podia transferir uma resposta imunológica de um hospedeiro para um receptor mediante a injecção de um extracto de leucócitos. Postulou-se que o extracto possuía uma substância capaz de transferir a capacidade imunológica entre receptor e dador. Lawrence chamou a esta substância de Factor de Transferência, termo agora usado pela comunidade científica. Foram publicados milhares de estudos científicos sobre as propriedades e utilização dos Factores de Transferência. No início, como se estava a estudar uma nova substância, poder-se-ia esperar tudo – desde uma cura milagrosa até ao falhanço total. A promessa dos Factores de Transferência em se afirmarem como uma resposta aos nossos problemas imunológicos era demasiado boa para ser real. Na realidade várias condicionantes se apresentavam perante os cientistas que estavam a explorar as potencialidades dos Factores de Transferência.

Três dessas condicionantes são especiais:

1 - A sua complexidade. Os extractos de Factor de Transferência contêm mais de 200 Factores de Transferência individuais. Não possuem qualquer padrão químico como os medicamentos standard. Como na natureza, a sinergia criada entre as partes é a chave. A separação dos componentes individuais de um produto natural diminui as suas propriedades e a sua eficácia. Esse perigo pairava sobre os Factores de Transferência. A evidência da especificidade de cada componente pode ser observada na descoberta recente de duas moléculas reguladoras do sistema imunitário (IMREG I e IMREG II). Cada uma possui uma função específica para o equilíbrio do sistema imunitário.

2 - O controlo de qualidade. Este era o segundo obstáculo a vencer. Não existia nenhuma prova de confiança que determinasse a correcta extracção dos Factores de Transferência. O problema foi resolvido por Wilson e Fudenberg, a quem se lhes outorgou a patente pela descoberta.

3 – O terceiro problema está directamente relacionado com as barreiras convencionais a vencer quando se introduz um novo conceito ou quando se efectua uma nova descoberta. Os Factores de Transferência simplesmente não encaixam nos padrões da imunologia convencional. Podemos traçar um paralelismo entre a Idade Média e a nossa época. No séc. XIV a Peste Negra matou um quarto da população europeia. Muitas tentativas para combater a praga foram bloqueadas devido a inúmeras superstições e crenças convencionais. Do mesmo modo, as investigações sobre os Factores de Transferência foram afectadas pelos dogmas convencionais da imunologia. Ainda hoje este facto impede acentuados progressos em muitas áreas críticas. Num recente simpósio internacional sobre Factores de Transferência, o Dr. D. Viza afirmou o seguinte:
"No final do séc. XX, o triunfo da biologia é inquestionável. No entanto, o triunfo da ciência biológica está longe de estar terminado. O número de vidas ceifadas por doenças como o cancro continua a crescer e a cura da SIDA continua a fugir-nos. No campo da ciência indutiva, o paradigma dominante raras vezes pode ser questionado mediante um ataque frontal, especialmente quando aparentemente atinge resultados positivos. Só as chamadas "revoluções científicas" podem destitui-lo. Não devemos então surpreendermo-nos com a forma algo depreciativa como foram recebidos os Factores de Transferência... a sua suposta forma de actuar contradiz os dogmas da imunologia e da biologia molecular. Quando os factos questionam os dogmas, seja em religião, filosofia ou ciência, têm que ser reprimidos... porque questionam o paradigma dominante. Mas quando os factos estão relacionados com questões mais graves, a sua repressão deveria tomar contornos criminais. Devido ao fracasso da ciência médica em controlar a epidemia de SIDA e uma vez que o Transfer Factor foi utilizado com êxito no combate a infecções virais, poder-se-ia utilizá-lo para minimizar os estragos da doença e atingir resultados muito mais satisfatórios. Do mesmo modo que existiam evidências que sugeriam uma solução para a Peste Negra, há hoje indícios claros que indicam uma possível solução para as pragas modernas. O fortalecimento do nosso sistema imunitário é a principal questão de saúde que enfrentamos individualmente (e também como sociedade) hoje nem dia.

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